Help treina professoras da Escola Florença em primeiros socorros para crianças
Uma criança é fonte inesgotável de alegria, energia e curiosidade. Por isso, pais e adultos devem sempre estar atentos. Agora, imagine cuidar de centenas delas? Com disposição de sobra, elas brincam, pulam, correm e, infelizmente, às vezes se machucam. Foi por isso que a Escola Florença, de Florianópolis, convocou a Help para treinar primeiros socorros para serventes, auxiliares de sala e professores da instituição. Comandado pela enfermeira Danieley Lucca e pela técnica em enfermagem Sabrina Calazans o encontro começou abordando os conceitos de primeiros socorros e ações básicas. “Os primeiros socorros servem para preservar a vida, recuperar o paciente e prevenir o agravamento da situação”, explicou Danieley aos cerca de 60 participantes. Na sequência a profissional passou os 8 passos fundamentais para casos de acidentes: 1 – Manter a calma; 2 – Verificar os riscos do local; 3 – Manter o bom senso; 4 – Praticar a liderança e acalmar os demais; 5 – Dividir tarefas entre os que estiverem com condições emocionais de assumir responsabilidades; 6 – Pedir auxílio profissional; 7 – Evitar o agravamento de danos; 8 – Dar assistência ao paciente. Antes de abordar os acidentes mais comuns de acordo com a faixa etária das crianças, a enfermeira reforçou que a número um em primeiros socorros com crianças é a prevenção. Posteriormente, foi lembrado que entre 0 e 1 ano os principais acidentes envolvendo crianças são as quedas, as asfixias, os engasgos e as intoxicações. Já na faixa etária entre 1 e 5 anos as ocorrências mais comuns são os afogamentos, queimaduras e quedas de prédios. Sobre as intoxicações com produtos de limpeza, Danieley reforçou que o cuidado em casa e na escola deve ser redobrado. “Aos olhos de um adulto, um produto de limpeza é apenas um objeto. No entanto, sob o olhar da criança, aquilo pode ser atraente como um brinquedo”, orientou. Outro tema abordado foram as queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. Quando se tratar de 1º grau, a recomendação é lavar com água corrente limpa, hidratar a criança e fazer compressas frias. “Não se deve colocar gelo, pois queima. Também nunca usem pasta de dente ou café. Essas coisas não funcionam e podem agravar o quadro”, ressaltou Danieley. Nas queimaduras de 2º grau, o procedimento orientado foi cobrir as bolhas com gaze e jamais estourá-las, pois a abertura pode se tornar porta de entrada para infecções. Já nos casos de 3º grau – as mais graves – deve-se lavar o local, cobrir com tecido úmido solicitar atendimento médico especializado ou levar para o hospital o mais rápido possível. “Se a roupa estiver pegando fogo, deitem a criança no chão e abafem com auxílio de um pano ou cobertor. Se as vestimentas estiverem aderidas, não tentem puxar e lembre-se de tirar acessórios como correntes, brincos e anéis”, ensinou a enfermeira. Para completar, ela orientou que, nos casos de queimadura por eletricidade, se criança estiver em contato com fonte de energia deve-se afastá-la da corrente, podendo utilizar um pedaço de madeira e desligar o relógio de luz o mais rápido possível. Nos acidentes por queimadura é importante verificar a extensão da área corpórea que foi atingida e quando possível solicitar atendimento médico especializado. Os casos de tonturas e desmaios também fizeram parte do conteúdo passado pela equipe da Help às professoras. Foi explicado que as principais causas que podem ocasionar este tipo de ocorrência são situações como fatores emocionais ou dor extrema. Nessas situações, se a criança estiver consciente, a recomendação é sentar a mesma posicionar a cabeça inclinando para baixo, acalmar a criança ou adulto e orientar a fazer respirações mais profundas. Outra opção é deitar o aluno e levantar os membros inferiores para que o sangue possa circular de maneira mais efetiva. “Mantenham o ambiente arejado, afastem os curiosos e vejam se a criança está respirando, observem a barriga da criança para ver se está se movendo. Se a barriga está se movendo, ela está respirando”, explicou Danieley. Outra ocorrência muito comum entre crianças é a Obstrução da Via Aérea por Corpo Estranho (OVACE). “Quando a obstrução for leve, peça e encoraje a criança tossir. Quando for grave, vocês vão notar que ela não conseguirá falar e apresentará cianose (arroxeado) principalmente na face”, informou Danieley. Na sequência, a profissional, com a ajuda da técnica de enfermagem Sabrina Calazans, ensinou a todos a Manobra de Heimlich para situações de OVACE em adultos, bem como demonstrou manobras para desobstrução de vias aéreas em crianças e bebês. Outra emergência abordada pelas profissionais foi como identificar quando bebês, crianças ou adultos apresentam parada cardiorrespiratória (PCR) e quais os primeiros atendimentos devem ser prestados frente a esta situação. Com auxílio de manequins próprios para este tipo de atividade, as participantes tiveram a oportunidade de realizar as compressões torácicas, aprendendo a localização correta, a frequência e profundidade que deve ser aplicada de acordo com cada faixa etária. “O conteúdo passado foi bem importante para nosso dia a dia aqui. Aprendemos a fazer o primeiro atendimento, pois a gente nunca sabe quanto tempo leva até chegar o socorro. Ter esse prévio conhecimento é fundamental”, disse Leatrice Peres, professora auxiliar que passou pelo treinamento. “Queremos que as professoras tenham o conhecimento e informação necessários para a nossa rotina. Por isso chamamos a Help, pois essas instruções são muito importantes no cotidiano da escola. A gente sempre cuida para que nada aconteça, mas se acontecer, saberemos o que fazer. Queremos o melhor para nossos alunos”, completou Benedita Aparecida Martim, coordenadora pedagógica geral da Escola Florença.