Queimaduras, quedas, cortes: o que fazer até a Help chegar
Quedas, cortes, queimaduras e choques elétricos são acidentes domésticos que ocorrem com mais frequência do que imaginamos. Mas você sabe como agir até o socorro profissional chegar? Muitas vezes, uma atitude sob impulso pode agravar ainda mais a situação.
As queimaduras, por exemplo, são lesões causadas a partir de algum agente físico e podem ser de origem térmica (fogo, calor), elétrica ou química (quando há contato com produtos como ácidos ou soda cáustica, por exemplo). Clinicamente, elas são classificadas como de primeiro, segundo, terceiro ou quarto grau. As de primeiro grau são as mais superficiais e causam vermelhidão e dor local. Nesses casos, devemos resfriar a área com água limpa corrente e sabão neutro. Já os demais casos demandam mais atenção e até socorro médico.
A médica Catiulse Vinhas Peres, da Equipe Help, esclarece quais casos devem ser tratados com mais cuidado e urgência.
QUEIMADURAS
A profissional, que se depara cotidianamente com as emergências e urgências dos plantões da Help, lembra que sob hipótese alguma deve-se usar produtos domésticos como creme dental ou clara de ovo para socorrer uma vítima de queimadura. Outro conselho importante é jamais estourar as bolhas que surgem nesses ferimentos.
Outra ocorrência muito comum tanto em casa quanto na rua são as quedas. Nesse tipo de situação há grande chance de entorses, luxações e até fraturas. Por isso, é preciso atenção ao ajudar a vítima enquanto se aguarda o serviço de emergência chegar. Tudo depende da altura e intensidade do tombo, mas é o tipo de situação que pode gerar ferimentos, traumatismo craniano e até lesões internas.
Dra. Catiulse recomenda que, para as quedas leves, aquelas com altura inferior a dois metros ou queda da própria altura, o primeiro passo é verificar se há algum tipo de sangramento e tentar controlar a hemorragia fazendo pressão no local com um pano limpo por um período de cinco a dez minutos. Na sequência, limpar com água e sabão neutro e realizar um curativo. Se há dor intensa e deformidade em algum membro, o melhor a fazer é deixar o paciente imóvel e aplicar gelo no local. Já as quedas mais graves, envolvendo alturas superiores a dois metros ou causadas por acidentes de motocicleta, exigem mais cuidados, como explica a médica no vídeo abaixo.
Dar água ou qualquer tipo de alimento à vítima ou deixá-la sozinha no local também são ações que nunca devem ser tomadas. “Outra coisa que não deve ser feita é a tentativa de alinhar uma fratura ou reduzir uma luxação, pois sempre há a possibilidade de agravar o quadro”, orienta a médica. Nos acidentes com motociclistas, Dra. Catiulse diz que jamais devemos remover o capacete do paciente, pois esta ação deve ser feita pelo serviço de socorro profissional.
CORTES
Picar e fatiar alimentos, lidar com ferramentas como serras e serrotes são atividades que podem gerar ferimentos corto contusos. Nessas ocorrências, o primeiro passo é avaliar a profundidade da lesão. Nos cortes mais superficiais, a recomendação é realizar a compressão com um pano limpo por um período de até 10 minutos. Depois de estancado o sangramento, é preciso fazer a limpeza com água e sabão neutro e realizar um curativo local. Quando o ferimento corto contuso for mais profundo, o controle da hemorragia também é a primeira coisa a ser feita, mas há outros fatores a serem levados em consideração, como a aplicação de sutura (pontos) em um período de, no máximo, seis horas.
Os choques elétricos são causados devido à ação de uma corrente elétrica sobre o corpo e podem ocasionar desde dor local e queimadura ou até mesmo evoluir para quadros mais graves, como perda de membros. Também pode acontecer a arritmia cardíaca que pode acarretar uma parada cardiorrespiratória. Segundo a Dra. Catiulse, tudo vai depender da intensidade dessa corrente elétrica. Segundo a experiente profissional, a primeira medida é tentar afastar a vítima da fonte de eletricidade, desligando a chave geral da casa ou tirando da tomada o aparelho que está causando o choque. Outra maneira é afastar a pessoa da fonte de energia elétrica, mas nunca com as mãos desnudas ou o corpo molhado.